quarta-feira, 20 de março de 2013

Ler certo

Por Jonas Martins

Ouvimos muito se falar na promoção da leitura, mas ficamos sempre em dúvida em o que ler. Tão importante quanto o ato de ler esta o conteúdo desta leitura e a conseqüência da mesma.
Uma pessoas pode ler a vida inteira, mas não adquirir o mesmo conhecimento e ou cultura do que uma que leu apenas um livro, uma obra, uma página, uma frase.
Existem textos que nos fazem pensar sem precisar se prolongar ou arrastar páginas e páginas, enquanto outros nem mesmo com o mais infinito número de escritas conseguem nos alimentar com aquilo que precisamos na relação com a literatura.
Eu particularmente sou um apaixonado por clássicos, de todos os tipos, e vejo sempre com maus olhos aqueles que fogem muito da regra daquilo que é aceitável na minha realidade, o que não quer dizer que não admire obras que vagam para este contexto.
Acho que o mais importante na hora de ler é saber o que se busca. Não importa se o autor é aquele da moda ou um mero desconhecido, se é um clássico ou se é um contemporâneo, o importante esta em você ler aquilo com o que você se identifica.
A leitura deve gerar prazer. A pessoa que ler hoje tem que gostar, pois só assim criaremos o habito da leitura e somente criando este habito é que começaremos a formar um mundo mais leitor.




'Subliminar' reúne informações sobre processos inconscientes


Em "Subliminar: Como o Inconsciente Influencia Nossas Vidas", o físico e matemático Leonard Mlodinow reúne informações da neurociência sobre os processos por trás do pensamento consciente.
Autor de "O Andar do Bêbado" e coautor de "Uma Nova História do Tempo", escrito com Stephen Hawking, Mlodinow analisa como esse mecanismo da mente afeta o nosso comportamento e nossas escolhas cotidianas. Além dos avanços da medicina e dos estudos de neurocientistas, as teorias do suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) também são revisitadas.
Divulgação
Leonard Mlodinow investiga como e por que fazemos nossas escolhas cotidianas
Segundo Jung, em "O Homem e Seus Símbolos", "há certos eventos que não percebemos de modo consciente; eles permanecem, por assim dizer, abaixo do limite da consciência. Eles aconteceram, mas foram absorvidos de maneira subliminar."
"Os temas e arquétipos de nossos sonhos e mitos, observou Jung, transcendem o tempo e a cultura", escreve Mlodinow. "Surgem a partir de instintos inconscientes que governaram nosso comportamento muito antes de serem recobertos e obscurecidos, e portanto nos ensinam o significado de ser humano no nível mais profundo".
Doutor em física, Mlodinow ensina teoria da aleatoriedade no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Ele já trabalhou como roteirista em séries de TV como "MacGyver" e "Jornada nas Estrelas: A Nova Geração".
O título chega ao Brasil no dia 14 deste mês, pela editora Zahar, e está disponível em pré-venda na Livraria da Folha. De acordo com a publicação britânica "New Scientist", "Subliminar" é "um dos dez livros para se ler no ano".
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Autor: Leonard Mlodinow
Editora: Zahar
Páginas: 304
Quanto: R$ 33,90 (preço promocional*)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques. Não cumulativo com outras promoções da Livraria da Folha. Em caso de alteração, prevalece o valor apresentado na página do produto.
Texto baseado em informações fornecidas pela editora/distribuidora da obra.

sexta-feira, 8 de março de 2013

A literatura infantil é uma literatura de segunda classe?



A jornalista Aryane Cararo, de O Estado de S. Paulo, fez uma matéria muito boa com um dos grandes nomes da literatura espanhol atual, e ele aborda um tema que ha muito se discute, mas que nunca se chega a uma conclusão: Literatura infantil.


A literatura infantil é uma literatura de segunda classe? A pergunta por si só já soa polêmica, mas a resposta do escritor espanhol Gonzalo Moure pôs fogo nesta discussão nesta quinta-feira,(7 de março de 2013), durante o 2.º Congresso Iberoamericano de Língua e Literatura Infantojuvenil (Cilelij), realizado pela Fundação SM na Colômbia até sábado, 9. “Há, de fato, razões para ignorá-la ou marginalizá-la. Eles têm razão para não nos enxergar, pelas nossas próprias limitações. Somos como pássaros dentro de gaiolas.” E as grades são a concepção de que um livro infantil tem de servir para educar, para formar, para prevenir. Elas fizeram com que a literatura infanto-juvenil, segundo ele, não progredisse nos últimos dez anos.


Para Moure, há dois tipos de escritores hoje: os que escrevem com mais vontade de ensinar e os que querem fazer literatura. Ainda assim, entre esses dois há muita intenção moralizante, quando não função pedagógica. O que está acontecendo, segundo o escritor, é que não há uma preocupação em formar “pessoinhas”, mas, sim, de formá-las à nossa maneira. E, assim, “não estamos sendo sinceros com elas”, defende Moure.
“Na vida cotidiana, poucas vezes somos capazes de nos dirigir às crianças de forma horizontal sem tentar ensinar. A literatura infantil não é infantil nunca e a juvenil poucas vezes é juvenil. São os adultos, possuidores de valores humanos e humanísticos firmes, que escrevem para eles e este “para” é o pecado original da literatura infanto-juvenil.” Isso se reflete em obras literárias de cunho pedagógico, com livros destinados à prevenção e que não abordam assuntos considerados tabus, como sexo e religião.
“O editor, disfarçadamente ou conscientemente, publica livros que tenham essa qualidade. E o escritor se submete a essa exigência.” É isso o que faz com que a literatura infantojuvenil seja vista ou classificada como um subgênero literário, explica ele. Segundo Moure, o mundo é ainda muito polarizado nos livros para crianças e jovens, o bem versus o mal está sempre presente nesse tipo de escrita. “Se ela não se desprender do maniqueísmo imperante, será sempre um subgênero.”
Outro problema apontado por ele é que, nas últimas três décadas, houve e ainda há uma tendência realista predominante na literatura infantojuvenil. “Isso não tem de ser a única oferta para as crianças. Sinto que nós, escritores, estamos estancados. Não progredimos na última década.” Para ele, os textos literários ficaram todos muito iguais, na forma de abordagem e nos assuntos. “Precisamos de algum ponto de ruptura”, continua. E este ponto passa, segundo ele, pela entrada de novos autores no circuito editorial. “Quero ver vozes novas que não repetem o que já foi escrito, o que minha geração já fez. Quero encontrar algo que me surpreenda, que escandalize. E isso não tem nada a ver com sexo.”
O que seria, então, a verdadeira literatura? “A verdadeira literatura não responde a nada nem a ninguém. Ela recria o mundo sem se importar se o resultado final é correto ou incorreto.” Moure deixa claro que não há receitas ou fórmulas, apenas acredita que a literatura infantojuvenil não deva ter nenhuma obrigação, como qualquer outro gênero literário. Ela tem de ter apenas qualidade e liberdade. Ele diz, por exemplo, que não pede nada da literatura, só que ela o agrade, que o emocione. “Devemos ensinar a perguntar e não ensinar o que já sabemos. A revolução na educação e na literatura vai se dar por aí.”





terça-feira, 5 de março de 2013

O escritor mais produtivo do mundo


Você sabia que o escritor com maior número de títulos publicados é brasileiro?
Conheça um pouco da historia desse gênio da produtividade literária.

Tudo começou no dia 22 de julho de 1946, em São Paulo, quando Ryoki nasceu de mãe portuguesa e pai japonês. Formou-se em medicina em 1970 e largou-a em 1986 para tornar-se escritor, editando seus pocket-books, sob nada mais, nada menos, que 39 pseudônimos, por exigência de seus editores. Sua grande especialidade na época foi o estilo policial, onde as tramas apresentavam muita ação, espionagem e traições. Porém, jamais deixou de escrever sobre um tema que sempre o apaixonou: o faroeste. Suas novelas de banguebangue são verdadeiros filmes que prendem o leitor da primeira página à última, de tal forma que algumas montadoras de automóveis proibiam seus empregados de entrarem na fábrica com esses livros pois eram capazes de abandonar a linha de produção enquanto não terminassem completamente a leitura.

Foi também editor e redator dos periódicos Farol do Sul Capixaba (Piúma/ES), Notícias do Japão (1992-93/SP), International Press (1993-94/SP - Tóquio), O Riso do Corujão (1996-97/Campos do Jordão); das revistas Amazônia (1992/Giparaná - RO), Letra Verde (1997-98/Campos do Jordão) e Vertente (1997/São José dos Campos - SP) e cronista de diversos jornais e publicações, por seis anos.

Quando chegou à marca dos mil livros, com a obra E Agora, Presidente? (prefaciado pelo jornalista Alexandre Garcia), Ryoki decidiu-se por uma mudança em sua carreira literária, abandonando os livros de bolso e passando a escrever romances maiores, publicados com seu próprio nome. Seus temas são simplesmente tudo, a vida, o cotidiano, os debates sociais, histórias de gente comum e de gente não tão comum.

Em 1992, fez o lançamento de seu livro A Bruxa na Bienal Internacional do Livro (SP). Um outro marco na vida do autor foi a publicação, em 1993, no Japão, de seus livros Conexão Perigo: São Paulo-Tóquio, O Preço do Tráfico, Operação Amazônia e Sempre há Esperança, voltados para o público nipobrasileiro residente naquele país. Já no ano seguinte, implantou o Pólo Editorial de Pocket Books para a América Latina, em Piúma (ES).

Seu nome já foi objeto de matérias em importantes publicações e programas de TV, como a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, Folha da Tarde, Jornal da Tarde, Valeparaibano, Gazeta de Vitória, A Tribuna, revistas Veja, IstoÉ e Manchete, no Brasil; Portugal Diário, revista Lire e Culture, na França; Der Spiegel, na Alemanha; Wall Street Journal (matéria de capa), nos USA; e várias outras publicações ao redor do mundo; programas Jô Soares - Onze e Meia (SBT) Globo Repórter e Fantástico (Rede Globo), e foi entrevistado pela Radio Culture de Paris e pela Nippon Televison Network, de Tóquio, entre outros.

Ao ver Ryoki no Guinness Book, Matt Moffett, jornalista americano do Wall Street Journal, teve sua curiosidade despertada para o processo de criação do escritor, querendo ver pessoalmente para crer, como alguém poderia produzir histórias de sucesso em tão pouco tempo. Assim, lançou um desafio ao escritor e aportou em São José dos Campos (onde Ryoki morava na época), no final de janeiro de 1996. Uma semana depois, Moffett contou como nasceu o livro de Ryoki Inoue - Seqüestro Fast Food, elaborado em uma noite, mais precisamente das 23h30 às 4h - num dos jornais mais famosos do mundo.

Com 1.099 livros, de seu próprio punho, publicados, sua produção compulsiva não parava nunca. Chegou a escrever três romances por dia, trabalhando madrugadas a dentro. Hoje a marca é de 1102.

Para ele, o segredo do processo criativo está em noventa e oito por cento de suor, um por cento de talento e um por cento de sorte. Além disso, disciplina e aplicação é o que faz com que ele consiga ficar sentado diante de seu computador e daí não saia antes do the end de sua nova obra.

Ryoki continua a escrever: está produzindo vários romances, faz trabalhos como ghost writer para pessoas famosas e para empresas, escreve roteiros e, com o objetivo de aperfeiçoar seus conhecimentos no campo da espionagem — obviamente para melhor criar seus romances — dedica-se à pesquisa e ao estudo da Inteligência Competitiva, fazendo inúmeras traduções de livros, artigos e teses para empresas desse ramo. Atualmente, o objetivo de Ryoki é produzir um romance por ano, no máximo dois.


sexta-feira, 1 de março de 2013

As Crônicas de Paulo Ribeiro



foto: Roni Rigon
Tá aí embaixo a capa de BONJA, novo livro do escritor Paulo Ribeiro, reunindo cem crônicas sobre Bom Jesus – cidade que completa cem anos em 2013.

O volume complementa o painel sobre a cidade serrana, campeã de baixas temperaturas no Estado, com Quando Cai a Neve no Brasil – outra coletânea de crônicas do autor bom-jesuense, editada pela Artes e Ofícios em 2004.

Publicado pela editora Belas-Letras, Bonja estampa na portada uma bela imagem clicada pelo fotógrafo Rafael Dutra Borges.

O lançamento está marcado para o próximo dia 30 – em Bom Jesus, claro.

Confira aqui embaixo um trecho da crônica A Tristeza como uma Bonita Canção:


"Kentucky Babe é aquela canção que você põe a rodar enquanto segue a Rota do Sol e vai tamborilando a mão no volante. E você sabe então que está tudo bem, está tudo Ok, a paisagem corre ao lado.


A canção é aquela que Boo Boo Tannembaum cantarola, a bela mãe do conto de Salinger sobre um menino que se nega a deixar um bote. Boo Boo está vestida de suéter preto de gola virada, bermudas, meias soquetes e mocassins (com aquele rosto eternamente memorável sem ser exatamente bonita) e vai cantarolando enquanto se aproxima do lago. O danado do Salinger era ótimo mesmo para criar esses bons momentos. Bom de descrição e ainda nos dá Kentucky Babe de canja no deslocamento da mulher de 25 anos...

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E fica mesmo na cabeça enquanto você sai em retirada para Bom Jesus ao longo da Rota do Sol. E você bate então no volante, dá o ritmo tamborilando no volante e segue olhando para o horizonte. E você vê então a primeira casa, tua mãe de criação nas manhãs mais frias, as cercas-vivas tomadas de sol, um alto-falante na torre.


A primeira aula, a primeira namorada, as festas de São João, uma fogueira. A calçada de nós de pinho na praça. As peras em seu tempo, Seu Epaminondas tocando as vacas. E um Zecateca a pedalar por mais de 48 horas, e se dizendo do México, vissem os recortes do jornal.


E muitos outros rostos surgem na estrada e umas casas quase sem cumeeiras porque a fumaça empesta e cobre de um foguetório o próprio ar. Há um exército de Bom Jesus, cada feição, mesmo dos mortos, vestidos, gravatas, uns close-ups pra se guardar. Cada emoção no rosto das jovens e os rostos com vincos, mais velhos, muito aos pares, tudo no tamborilar da mão.


E a Rota do Sol se estende e está tudo bem, é só tristeza, não há nada mais."