terça-feira, 9 de julho de 2013

Os 10 mais perturbadores sociopatas da literatura


Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – que, como o próprio nome sugere, é um manual para profissionais da área de saúde mental, o qual lista transtornos e critérios para diagnosticar os mesmos – a “sociopatia” é um termo vulgarmente conhecido para Transtorno de Personalidade Antissocial.
O Transtorno é definido como um padrão pervasivo de desprezo e violação dos direitos do próximo, acompanhado de desdém e inconformidade perante às normas sociais estabelecidas. É marcado pela impulsividade, agressividade, extrema imprudência em relação à segurança, dissociabilidade familiar e uma ausência de remorso caracterizada por “indiferença ou racionalização ao ter manipulado, ferido, maltratado ou roubado outra pessoa”. Um sociopata é indiferente aos sentimentos dos outros e não constrói quaisquer laços afetivos, sendo muitas vezes incapaz de chegar a conviver com animais domésticos (e muito menos ter apreço pelo sentimento destes).
Embora despertem notável curiosidade, nós provavelmente não iríamos querer conhecê-los pessoalmente, trabalhar com eles ou até mesmo namorá-los. O problema é que, segundo as estatísticas, talvez o façamos. A psicóloga Martha Stout – instrutora clínica em psiquiatria na Harvard Medical School há 25 anos – estima em seu livro “The Sociopath Next Door” (Meu Vizinho é um Psicopata, no Brasil) que 4% da população é composta por sociopatas inconscientes, que não possuem empatia ou sentimentos afetivos por humanos ou por animais.
4% pode não parecer muito. Mas, usando os Estados Unidos como exemplo, significa que 12 milhões de americanos são sociopatas. Porque os sociopatas são implacáveis e impiedosos com seus rivais, capazes de qualquer coisa para alcançar seus objetivos – e, ao mesmo tempo, são ótimos em fingir se importarem com as pessoas – eles podem ser incrivelmente destrutivos. Eles seriam rapidamente descobertos em pequenos grupos, mas em uma sociedade tão grande quanto a nossa eles podem chegar a alcançar posições de muito poder e influência.
É possível que muitos de nós já estivéssemos familiarizados com as características e definições de um sociopata, principalmente por conta das constantes abordagens e aparições na literatura e no cinema. Por serem livres da culpa, das consequências emocionais e dos dilemas morais que assolam as outras pessoas, é no mínimo instigante conhecer e analisar personalidades sociopatas (de uma distância segura).
Vamos conhecer agora alguns dos inesquecíveis sociopatas da literatura:

10. Becky Sharp — Vaidade e Beleza, de William Makepeace Thackeray

Habilidades: Bilíngue (Francês e Inglês), possui uma voz encantadora, é uma talentosa atriz e pianista, além de graciosa e charmosa.
Becky é o que podemos nos referir como uma “batalhadora nata”. Uma órfã cujo objetivo é ascender socialmente, independente do que for preciso. Becky seduz maridos alheios, engana credores, ajuda seu próprio marido a trapacear nos jogos, e provavelmente chegou a matar alguém só pelo dinheiro do seguro de vida. Ela é incapaz de criar laços ou mostrar afeição sincera para qualquer um, nem mesmo ao seu próprio filho (ao qual ela negligencia e desdenha) e marido (ao qual abandona em detenção para que ela possa dormir com outros homens a fim de ganhar notoriedade social). Tudo isso sem um vislumbre sequer de culpa.
Citação: Lady Jane descreve Becky como “uma mulher perversa – uma mãe insensível, uma esposa falsa. Ela não teve uma família, mas se esforçou para trazer consigo a miséria e enfraquecer as mais sagradas afeições com todas as suas bajulações e mentiras… sua alma é negra com a vaidade, o mundanismo e toda a sorte de crimes. Eu estremeço quando a toco. Eu mantenho meus filhos longe de sua vista.”

9. Anton Chigurh — Onde Os Fracos Não Têm Vez, de Cormac McCarthy

Habilidades: Implacável, inflexível e quase, quase indestrutível. Capaz de resistir a ossos quebrados e diversas injúrias físicas que abateriam qualquer um.
Esse assassino a sangue-frio obtém imenso prazer em matar pessoas (principalmente perfurando seus crânios com uma furadeira). Chigurh vingava-se impiedosamente, tirando vidas sem qualquer remorso e, algumas vezes, chegando a determinar se deve ou não matar alguém através de um simples cara-ou-coroa.

8. Tom Ripley — série The Ripliad, de Patricia Highsmith

Habilidades: Seus hobbies incluem forja, jardinagem, arte e, é claro, a criação de métodos inovadores de assassinato.
Se Becky Sharp de Vaidade e Beleza tivesse um perfil no “Match.com” ou “E-harmony”s da vida, provavelmente combinaria com o de Tom Ripley. Como Becky, Tom é um órfão que tem como maior aspiração ascender socialmente, integrar-se na elite da sociedade. Não contente em ser um vigarista na cidade de Nova York, Tom encontra um moço rico, mata-o com um remo e assume sua identidade. No curso dos cinco romances, Tom – descrito por Highsmith como “cortês, bem disposto e completamente amoral” – aproveita a “boa vida” usando o dinheiro do falecido e, insensivelmente, assassina qualquer um que ouse começar a suspeitar de sua fraude.

7. Hannibal Lecter —Dragão Vermelho e outros, de Thomas Harris

Habilidades: Psiquiatra licenciado e renomado, extremamente charmoso, epicurista, bibliófilo (tomem cuidado) e amante da música. Se você não soubesse de seu canibalismo e de seus assassinatos em série, ficaria tentado a convidá-lo para um jantar ou para uma reunião entre amigos. (Só não sirva Chianti).
Outro órfão! Lecter assistiu sua irmã ser vítima de canibalismo quando tinha apenas 8 anos de idade. Por conta disso, começa a matar todos os homens que tiveram um papel na morte dela – mas não para por aí. Acaba por tornar-se um prolífico assassino em série e um canibal sedento de sangue, mais tarde chegando a escapar da prisão ao cortar o rosto de um guarda vigilante e usar sua pele como máscara.
Em outro momento, declara: “Certa vez um recenseador tentou me testar. Comi o fígado dele com favas e um bom vinho.”
Nota-se que Lecter não é um dos mais sutis.

6. Frank — The Wasp Factory, de Iain Banks

Habilidade: Ele é escocês, então provavelmente possui um sotaque encantado, mas exceto isso não possui muitas qualidades redentoras.
Nós conhecemos Frank com seus 16 anos, para descobrir que nessa idade ele já esteve ocupadíssimo matando três crianças – quando tinha apenas 10 anos de idade – o que explica como sendo “somente uma fase”. Ele cria um aparelho que força vespas a escolherem o método através do qual se darão suas respectivas mortes (morrerão queimadas? Afogadas em urina? Fatiadas? Comidas por uma aranha? Tantas opções!) e ritualisticamente mata animais de grande porte para colocar suas cabeças em “mastros de sacrifício” ao redor da ilha onde mora. E, apesar disso, seu pai e seu irmão fazem com que ele pareça a personificação da santidade, digno de uma canonização.
Citação: “É claro que eu estava fora de casa para matar coisas. De que outra forma eu poderia conseguir cabeças e corpos para os Mastros e para o Paiol, se não matasse nada? Não há mortes naturais suficientes. E ainda assim, é impossível fazer com que as pessoas entendam isso.”

5. Iago — Otelo, de William Shakespeare

Habilidades: Mentiroso consumado, mestre em manipulação e instigantemente maquiavélico.
Como assessor “honesto” e “confiável” de Otelo, Iago podia até ter sido um competidor para o “Funcionário do Mês” – até que foi rejeitado para uma promoção. Ele planeja derrubar Cássio (que pegou sua promoção), convence seu chefe de uma suposta infidelidade de sua esposa e planeja destruir Otelo sem ser percebido. Tudo isso antes de matar seu aliado e convencer Otelo a matar a própria esposa. Um estudioso de Shakespare afirmou que “a maldade em nenhum outro lugar foi antes representada com tanta maestria como no personagem de Iago.”

4. Cathy Ames (ou Kate Amesbury) — A Leste do Éden, de John Steinbeck

Habilidades: Especialista em desejos sexuais depravados e talentosa em imitar emoções verdadeiras.
Finalmente, um sociopata em nossa lista com pais atenciosos e carinhosos! Claro, isso até ela matá-los ateando fogo na casa em que estavam. Cathy acredita que todas as pessoas são tão más quanto ela (e esperamos que ela esteja errada). Enquanto jovem, leva um de seus professores a cometer suicídio, seduz um homem casado e incrimina dois jovens garotos por estupro. Passa sua vida manipulando homens em benefício próprio, chegando a casar com um homem no qual atira a sangue frio após tentar, sem sucesso, abortar seus gêmeos com uma agulha de costura. Quando questionada sobre a pretensão de matar o próprio marido, responde: “Se eu quisesse matá-lo, ele não estaria agora vivo. Pode perguntar aos meus pais.” Ela abandona sua família, muda o nome para Kate Amesbury e vai trabalhar em um bordel no qual faz amizade com a dona do estabelecimento a fim de angariar sua simpatia – e então começa a, vagarosamente, envenená-la até a morte. Ela transforma o bordel em um covil de depravação cujo foco são os mais obscuros desejos sexuais, e coleciona material de seus clientes para usar em posteriores chantagens. Quando um de seus filhos descobre que sua mãe, na verdade, não está morta, e sim comandando um bordel deste porte, comete suicídio. Cathy/Kate permanece na total indiferença.

3. Alex — Laranja Mecânica, de Anthony Burgess

Habilidades: Possui um enorme senso de liderança e um talento para gírias bizarras.
Alex e seus “drugues” eram tão “hardcore” que referir-se aos seus atos como violentos seria um eufemismo. Suas noites de ultra-violência incluíam assalto, estupros, espancamento de moradores de rua, roubos, brigas violentíssimas, entre outros.Quando parava de drogar e estuprar menininhas de 10 anos de idade e de assassinar as mulheres mais velhas, Alex passava os dias descansando em seu apartamento, fantasiando sobre mais violências enquanto relaxava ao som de música clássica. Nem a cadeia foi o suficiente para reformá-lo. Acaba espancando até a morte um colega de cela ao qual achava desagradável e isso faz com que, então, seja convidado a participar de uma técnica experimental para controlar seus impulsos obscuros a fim de inserí-lo na sociedade sem posteriores danos. A partir de então inicia-se a sua conhecida e aclamada (sobretudo bizarra) trajetória, que levanta profundas reflexões a respeito da natureza humana e da vida em sociedade.

2. Kevin — Precisamos Falar Sobre o Kevin, de Lionel Shriver

Habilidades: Exímio arqueiro.
Descrito como portador de “uma apatia tão absoluta que é quase como um buraco no qual você pode perder-se dentro”, Kevin mostrou-se frio e insolente assim que saiu do ventre de sua mãe. Suas maiores maldades e seu maior desprezo são reservados especialmente a ela – e acaba tendo outro filho apenas para se sentir conectada com algum membro de sua família –, embora as tendências malignas de Kevin não se estendam somente a genitora. Dentre outros atos perversos, Kevin mata o hamster de estimação de sua irmã e é suspeito de cegá-la com um desinfetante. Apesar de todos esses “pormenores” (nos quais a perversidade passa despercebida aos olhos de outras pessoas além de sua mãe, Eva), seu pai decide que seria ótimo ensiná-lo a tornar-se um exímio arqueiro – um hobby bastante adequado a um jovem psicopata, por sinal. Evitando estragar uma instigante experiência com o livro ou com o filme, não serão ditos spoilers. Basta dizer que é um tanto óbvio que as coisas terminem de uma maneira não muito boa.

1. Patrick Bateman — Psicopata Americano, de Bret Easton Ellis

Habilidades: Um estiloso e bem-sucedido bancário, com um extenso conhecimento de músicas dos anos 80.
Entre comparar cartões de visita e tomar coquetéis com outros investidores bancários, Patrick se ocupa com insensíveis assassinatos e sessões intensas de tortura. Após matar um colega de trabalho, perde o controle de seus impulsos violentos e passa a praticar necrofilia, canibalismo (chega a fazer bolo de carne com uma moça), mutilação e horripilantes assassinatos envolvendo motosserras, furadeiras e até mesmo ratos. O charme de Bateman, seu completo desapego a tudo e a sua ausência absoluta de emoção ou remorso faz com que ele seja o mais perturbador sociopata de nossa lista.

Para os escritores e cineastas, é interessante criar personagens sociopatas porque eles são, sobretudo, imprevisíveis. Eles fazem o que querem, quando querem, sem qualquer remorso. Os sociopatas criam polêmicas e reviravoltas que prendem o leitor; este acaba ficando imerso e chocado, ao mesmo tempo, com o particular universo desregrado dessas figuras.
O interessante é que muitos desses personagens (senão todos) fazem com que o seu Transtorno passe despercebido por todos a sua volta. Minimamente alarmante, não?

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Restos mortais de Pablo Neruda devem ser exumados a partir de hoje

Pablo Neruda

Autoridades e especialistas no Chile preparam para esta segunda-feira o início do processo de exumação dos restos mortais do poeta Pablo Neruda. O corpo do poeta, que morreu em setembro de 1973, foi enterrado na região de Isla Negra, a 100 quilômetros de Santiago, a capital chilena. Participarão da exumação um total de 12 pessoas - peritos do serviço forense, especialistas da Universidade do Chile e observadores internacionais.

A versão oficial é que o poeta morreu em consequência de complicações causadas pelo câncer de próstata, em um hospital privado, em Santiago. Porém, amigos e parentes de Neruda sempre manifestaram dúvidas sobre a morte, pois ele era um crítico do governo militar e morreu logo após a instauração da ditadura no país.

No grupo de especialistas que acompanhará a exumação estão o toxicologista norte-americano Ruth Winecker, o cirurgião Aurélio Luna e o legista Francisco Etxeberria – este último participou, em 2011, do processo de exumação dos restos do presidente chileno Salvador Allende, que também morreu em 1973.

Três observadores internacionais estarão presentes durante a exumação, além do presidente do Partido Comunista (PC), Guillermo Teillier, o advogado da legenda Eduardo Contreras, um sobrinho do poeta, Rodolfo Reyes, assim como o motorista que trabalhou para Neruda, Manuel Araya.

Em 2011, Araya levantou a suspeita sobre a causa da morte do poeta, levando o Partido Comunista, ao qual Neruda pertencia, a apresentar um pedido à Justiça para a abertura de inquérito. Em fevereiro, o juiz Mario Carroza, da Corte de Apelações de Santiago, decidiu pela exumação para esclarecer as causas da morte. 

Só para contentar os amantes da poesia e em especial os apaixonados por Neruda:

Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe". 
O vento da noite gira no céu e canta. 

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou. 
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito. 

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos. 
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi. 

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho. 
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo. 

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido. 
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo. 

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. 
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. 

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. 
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. 

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido. 
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Pablo Neruda

terça-feira, 2 de abril de 2013

Os livros mais polêmicos de todos os tempos

Alguns livros causam polêmica por apresentarem conteúdos muito avançados para a sua época ou considerados controversos.

Confira os livros mais inovadores e polêmicos de todos os tempos

A grande importância dos livros é que eles expressam ideias que são fundamentais para a humanidade

Os livros têm um poder inegável. Um bom livro pode trazer alegrias, inspirar mudanças de vida, desenvolver o senso crítico e levar a reflexão.

A grande importância dos livros é que eles expressam ideias que são fundamentais para a humanidade.

Eles representam nossas lutas, apresentam pontos de vista desafiadores e nos estimulam a desenvolver nossos conceitos.

No entanto, algumas pessoas acreditam que certas questões nunca devem ser exploradas.

Confira a seguir alguns livros considerados "controversos" na época em que foram lançados e causaram polêmica com as ideias apresentadas.

E acesse aqui uma lista com mais de 1000 livros para baixar grátis.

1. A Origem das Espécies, de Charles Darwin
Você pode argumentar que a ciência não é um tema ofensivo, mas isso não impediu que a imortal teoria de Charles Darwin sobre a evolução e seleção natural fosse considerada polêmica.

As instituições cristãs condenaram o livro, uma vez que ele contradiz a visão criacionista.

O próprio Darwin não acreditava que a evolução e a noção de um criador eram mutuamente exclusivas, mas este ainda é um tema polêmico.

2. O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger

A obra conta a história de um jovem de 16 anos que luta contra a angústia adolescente e lamenta o mundo ao seu redor.

No livro existem muitas passagens sobre cigarro e álcool, e uma boa dose de blasfêmia e atitudes subversivas.

Nos Estados Unidos, um professor de Inglês foi demitido por indicar a obra para leitura.

3. Os 120 Dias de Sodoma, de Marquês de Sade

Basicamente, o livro retrata a exploração do lado mais escuro da natureza humana e, especialmente, de perversão sexual.

Na obra, quatro libertinos franceses capturam algumas adolescentes, e durante 120 dias torturam, humilham e estupram as jovens.

Este livro foi recentemente banido na Coréia do Sul, e não foi publicado na Grã-Bretanha até 1954, apesar de ter sido escrito no século XVIII.

4. O Amante de Lady Chatterley, de D. H. Lawrence

O livro detalha momentos eróticos da protagonista com seus guardas, e foi considerado demasiadamente explícito e obsceno, ao ser publicado. No entanto, a editora Penguin ganhou o caso judicial e a obra de D. H. Lawrence foi um bestseller. 

A vitória foi um momento histórico para a indústria editorial, porque a censura de livros tornou-se mais difícil a partir deste momento.

39 livros que você PRECISA ler antes de morrer segundo os leitores

5. Lolita, de Vladimir Nabokov

No livro, o narrador se casa com uma mulher para ter acesso à sua filha.

Depois de seu lançamento em 1955, este livro foi proibido na França, Inglaterra, Nova Zelândia e Argentina.

6. Os Versos Satânicos, de Salman Rushdie

Publicado em 1988, "Os Versos Satânicos" é considerado controverso por causa de suas atitudes em relação ao Islã.

Rushdie se refere a Maomé como "Mahound", o que essencialmente significa demônio.

Cópias foram queimadas, vários protestos foram realizados e até mesmo um tradutor do livro foi morto.

Rushdie passou pouco menos de uma década sob proteção policial.

7. O Psicopata Americano, de Bret Easton Ellis

O Psicopata Americano é um livro sobre a atmosfera masculina no mundo dos negócios corporativos dos Estados Unidos.

A obra causou uma enorme polêmica em 1991 devido ao seu conteúdo gráfico e assustador.

O livro conta a história de Patrick Bateman.

O personagem é meticuloso em sua descrição das coisas cotidianas, mas por outro lado, ele é selvagem, grotesco e feroz quando tortura, mutila, mata e até mesmo comer suas vítimas.

8. The Anarchist Cookbook (O Livro de Receitas Anarquista), de William Powell
Powell escreveu "The Anarchist Cookbook" aos 19 anos, quando ele estava na Guerra do Vietnã.

Este livro é muito anti-governo, e inclui coisas como uma receita para bombas.


Fonte: Portal Hoje

Câmara aprova publicação de biografias não autorizadas


Biografia de Roberto Carlos
Biografia de Roberto Carlos, escrita por Paulo César de Araújo foi proibida pela justiça após ação movida pelo cantor (Foto: Reprodução)

Projeto de Lei aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta terça-feira (02), permite a publicação e divulgação de filmes e livros biográficos sem a necessidade de aprovação da pessoa biografada ou de sua família.
O PL 393/11 de autoria do deputado Newton Lima (PT-SP) permite a divulgação de imagens e informações biográficas sobre personagens públicos, “pessoa cuja trajetória pessoal, artística ou profissional tenha dimensão pública ou esteja inserida em acontecimentos de interesse da coletividade”.
O projeto que teve voto favorável do relator Alessandro Molon (PT-RJ)  altera o Código Civil (Lei 10.406/02), que hoje só permite esse tipo de divulgação em quatro casos: autorização direta da pessoa exposta; necessidade da administração da Justiça; manutenção da ordem pública; ou consentimento de parente, se a pessoa exposta já tiver morrido.
O texto, que já havia sido aprovado pela então Comissão de Educação e Cultura, seguirá agora para o Senado, exceto se houver recurso para que seja apreciado pelo Plenário da Câmara.
Roberto Carlos
Um caso que se tornou conhecido de biografia não autorizada que terminou proibida foi o livroRoberto Carlos em Detalhes, escrito por Paulo Cesar Araújo e lançado em 2006 pela editora Planeta. Em janeiro de 2007, o cantor moveu uma ação judicial alegando invasão de privacidade. Em maio de 2007, decisão da Justiça determinou o recolhimento do livro. Cerca de 11 mil exemplares estava à venda e a primeira edição de 30 mil livros já esgotado.
Em abril de 2007, a editora e o jornalista cederam às exigências de Roberto Carlos e se comprometeram a não publicar mais a biografia e o cantor abriu mão de pedir indenização. O autor do livro entrou com recurso, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manteve proibida a publicação e a venda da biografia em decisão de março de 2009.

*Com informações da Agência Câmara

quarta-feira, 20 de março de 2013

Ler certo

Por Jonas Martins

Ouvimos muito se falar na promoção da leitura, mas ficamos sempre em dúvida em o que ler. Tão importante quanto o ato de ler esta o conteúdo desta leitura e a conseqüência da mesma.
Uma pessoas pode ler a vida inteira, mas não adquirir o mesmo conhecimento e ou cultura do que uma que leu apenas um livro, uma obra, uma página, uma frase.
Existem textos que nos fazem pensar sem precisar se prolongar ou arrastar páginas e páginas, enquanto outros nem mesmo com o mais infinito número de escritas conseguem nos alimentar com aquilo que precisamos na relação com a literatura.
Eu particularmente sou um apaixonado por clássicos, de todos os tipos, e vejo sempre com maus olhos aqueles que fogem muito da regra daquilo que é aceitável na minha realidade, o que não quer dizer que não admire obras que vagam para este contexto.
Acho que o mais importante na hora de ler é saber o que se busca. Não importa se o autor é aquele da moda ou um mero desconhecido, se é um clássico ou se é um contemporâneo, o importante esta em você ler aquilo com o que você se identifica.
A leitura deve gerar prazer. A pessoa que ler hoje tem que gostar, pois só assim criaremos o habito da leitura e somente criando este habito é que começaremos a formar um mundo mais leitor.




'Subliminar' reúne informações sobre processos inconscientes


Em "Subliminar: Como o Inconsciente Influencia Nossas Vidas", o físico e matemático Leonard Mlodinow reúne informações da neurociência sobre os processos por trás do pensamento consciente.
Autor de "O Andar do Bêbado" e coautor de "Uma Nova História do Tempo", escrito com Stephen Hawking, Mlodinow analisa como esse mecanismo da mente afeta o nosso comportamento e nossas escolhas cotidianas. Além dos avanços da medicina e dos estudos de neurocientistas, as teorias do suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) também são revisitadas.
Divulgação
Leonard Mlodinow investiga como e por que fazemos nossas escolhas cotidianas
Segundo Jung, em "O Homem e Seus Símbolos", "há certos eventos que não percebemos de modo consciente; eles permanecem, por assim dizer, abaixo do limite da consciência. Eles aconteceram, mas foram absorvidos de maneira subliminar."
"Os temas e arquétipos de nossos sonhos e mitos, observou Jung, transcendem o tempo e a cultura", escreve Mlodinow. "Surgem a partir de instintos inconscientes que governaram nosso comportamento muito antes de serem recobertos e obscurecidos, e portanto nos ensinam o significado de ser humano no nível mais profundo".
Doutor em física, Mlodinow ensina teoria da aleatoriedade no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Ele já trabalhou como roteirista em séries de TV como "MacGyver" e "Jornada nas Estrelas: A Nova Geração".
O título chega ao Brasil no dia 14 deste mês, pela editora Zahar, e está disponível em pré-venda na Livraria da Folha. De acordo com a publicação britânica "New Scientist", "Subliminar" é "um dos dez livros para se ler no ano".
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Autor: Leonard Mlodinow
Editora: Zahar
Páginas: 304
Quanto: R$ 33,90 (preço promocional*)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques. Não cumulativo com outras promoções da Livraria da Folha. Em caso de alteração, prevalece o valor apresentado na página do produto.
Texto baseado em informações fornecidas pela editora/distribuidora da obra.

sexta-feira, 8 de março de 2013

A literatura infantil é uma literatura de segunda classe?



A jornalista Aryane Cararo, de O Estado de S. Paulo, fez uma matéria muito boa com um dos grandes nomes da literatura espanhol atual, e ele aborda um tema que ha muito se discute, mas que nunca se chega a uma conclusão: Literatura infantil.


A literatura infantil é uma literatura de segunda classe? A pergunta por si só já soa polêmica, mas a resposta do escritor espanhol Gonzalo Moure pôs fogo nesta discussão nesta quinta-feira,(7 de março de 2013), durante o 2.º Congresso Iberoamericano de Língua e Literatura Infantojuvenil (Cilelij), realizado pela Fundação SM na Colômbia até sábado, 9. “Há, de fato, razões para ignorá-la ou marginalizá-la. Eles têm razão para não nos enxergar, pelas nossas próprias limitações. Somos como pássaros dentro de gaiolas.” E as grades são a concepção de que um livro infantil tem de servir para educar, para formar, para prevenir. Elas fizeram com que a literatura infanto-juvenil, segundo ele, não progredisse nos últimos dez anos.


Para Moure, há dois tipos de escritores hoje: os que escrevem com mais vontade de ensinar e os que querem fazer literatura. Ainda assim, entre esses dois há muita intenção moralizante, quando não função pedagógica. O que está acontecendo, segundo o escritor, é que não há uma preocupação em formar “pessoinhas”, mas, sim, de formá-las à nossa maneira. E, assim, “não estamos sendo sinceros com elas”, defende Moure.
“Na vida cotidiana, poucas vezes somos capazes de nos dirigir às crianças de forma horizontal sem tentar ensinar. A literatura infantil não é infantil nunca e a juvenil poucas vezes é juvenil. São os adultos, possuidores de valores humanos e humanísticos firmes, que escrevem para eles e este “para” é o pecado original da literatura infanto-juvenil.” Isso se reflete em obras literárias de cunho pedagógico, com livros destinados à prevenção e que não abordam assuntos considerados tabus, como sexo e religião.
“O editor, disfarçadamente ou conscientemente, publica livros que tenham essa qualidade. E o escritor se submete a essa exigência.” É isso o que faz com que a literatura infantojuvenil seja vista ou classificada como um subgênero literário, explica ele. Segundo Moure, o mundo é ainda muito polarizado nos livros para crianças e jovens, o bem versus o mal está sempre presente nesse tipo de escrita. “Se ela não se desprender do maniqueísmo imperante, será sempre um subgênero.”
Outro problema apontado por ele é que, nas últimas três décadas, houve e ainda há uma tendência realista predominante na literatura infantojuvenil. “Isso não tem de ser a única oferta para as crianças. Sinto que nós, escritores, estamos estancados. Não progredimos na última década.” Para ele, os textos literários ficaram todos muito iguais, na forma de abordagem e nos assuntos. “Precisamos de algum ponto de ruptura”, continua. E este ponto passa, segundo ele, pela entrada de novos autores no circuito editorial. “Quero ver vozes novas que não repetem o que já foi escrito, o que minha geração já fez. Quero encontrar algo que me surpreenda, que escandalize. E isso não tem nada a ver com sexo.”
O que seria, então, a verdadeira literatura? “A verdadeira literatura não responde a nada nem a ninguém. Ela recria o mundo sem se importar se o resultado final é correto ou incorreto.” Moure deixa claro que não há receitas ou fórmulas, apenas acredita que a literatura infantojuvenil não deva ter nenhuma obrigação, como qualquer outro gênero literário. Ela tem de ter apenas qualidade e liberdade. Ele diz, por exemplo, que não pede nada da literatura, só que ela o agrade, que o emocione. “Devemos ensinar a perguntar e não ensinar o que já sabemos. A revolução na educação e na literatura vai se dar por aí.”





terça-feira, 5 de março de 2013

O escritor mais produtivo do mundo


Você sabia que o escritor com maior número de títulos publicados é brasileiro?
Conheça um pouco da historia desse gênio da produtividade literária.

Tudo começou no dia 22 de julho de 1946, em São Paulo, quando Ryoki nasceu de mãe portuguesa e pai japonês. Formou-se em medicina em 1970 e largou-a em 1986 para tornar-se escritor, editando seus pocket-books, sob nada mais, nada menos, que 39 pseudônimos, por exigência de seus editores. Sua grande especialidade na época foi o estilo policial, onde as tramas apresentavam muita ação, espionagem e traições. Porém, jamais deixou de escrever sobre um tema que sempre o apaixonou: o faroeste. Suas novelas de banguebangue são verdadeiros filmes que prendem o leitor da primeira página à última, de tal forma que algumas montadoras de automóveis proibiam seus empregados de entrarem na fábrica com esses livros pois eram capazes de abandonar a linha de produção enquanto não terminassem completamente a leitura.

Foi também editor e redator dos periódicos Farol do Sul Capixaba (Piúma/ES), Notícias do Japão (1992-93/SP), International Press (1993-94/SP - Tóquio), O Riso do Corujão (1996-97/Campos do Jordão); das revistas Amazônia (1992/Giparaná - RO), Letra Verde (1997-98/Campos do Jordão) e Vertente (1997/São José dos Campos - SP) e cronista de diversos jornais e publicações, por seis anos.

Quando chegou à marca dos mil livros, com a obra E Agora, Presidente? (prefaciado pelo jornalista Alexandre Garcia), Ryoki decidiu-se por uma mudança em sua carreira literária, abandonando os livros de bolso e passando a escrever romances maiores, publicados com seu próprio nome. Seus temas são simplesmente tudo, a vida, o cotidiano, os debates sociais, histórias de gente comum e de gente não tão comum.

Em 1992, fez o lançamento de seu livro A Bruxa na Bienal Internacional do Livro (SP). Um outro marco na vida do autor foi a publicação, em 1993, no Japão, de seus livros Conexão Perigo: São Paulo-Tóquio, O Preço do Tráfico, Operação Amazônia e Sempre há Esperança, voltados para o público nipobrasileiro residente naquele país. Já no ano seguinte, implantou o Pólo Editorial de Pocket Books para a América Latina, em Piúma (ES).

Seu nome já foi objeto de matérias em importantes publicações e programas de TV, como a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, Folha da Tarde, Jornal da Tarde, Valeparaibano, Gazeta de Vitória, A Tribuna, revistas Veja, IstoÉ e Manchete, no Brasil; Portugal Diário, revista Lire e Culture, na França; Der Spiegel, na Alemanha; Wall Street Journal (matéria de capa), nos USA; e várias outras publicações ao redor do mundo; programas Jô Soares - Onze e Meia (SBT) Globo Repórter e Fantástico (Rede Globo), e foi entrevistado pela Radio Culture de Paris e pela Nippon Televison Network, de Tóquio, entre outros.

Ao ver Ryoki no Guinness Book, Matt Moffett, jornalista americano do Wall Street Journal, teve sua curiosidade despertada para o processo de criação do escritor, querendo ver pessoalmente para crer, como alguém poderia produzir histórias de sucesso em tão pouco tempo. Assim, lançou um desafio ao escritor e aportou em São José dos Campos (onde Ryoki morava na época), no final de janeiro de 1996. Uma semana depois, Moffett contou como nasceu o livro de Ryoki Inoue - Seqüestro Fast Food, elaborado em uma noite, mais precisamente das 23h30 às 4h - num dos jornais mais famosos do mundo.

Com 1.099 livros, de seu próprio punho, publicados, sua produção compulsiva não parava nunca. Chegou a escrever três romances por dia, trabalhando madrugadas a dentro. Hoje a marca é de 1102.

Para ele, o segredo do processo criativo está em noventa e oito por cento de suor, um por cento de talento e um por cento de sorte. Além disso, disciplina e aplicação é o que faz com que ele consiga ficar sentado diante de seu computador e daí não saia antes do the end de sua nova obra.

Ryoki continua a escrever: está produzindo vários romances, faz trabalhos como ghost writer para pessoas famosas e para empresas, escreve roteiros e, com o objetivo de aperfeiçoar seus conhecimentos no campo da espionagem — obviamente para melhor criar seus romances — dedica-se à pesquisa e ao estudo da Inteligência Competitiva, fazendo inúmeras traduções de livros, artigos e teses para empresas desse ramo. Atualmente, o objetivo de Ryoki é produzir um romance por ano, no máximo dois.


sexta-feira, 1 de março de 2013

As Crônicas de Paulo Ribeiro



foto: Roni Rigon
Tá aí embaixo a capa de BONJA, novo livro do escritor Paulo Ribeiro, reunindo cem crônicas sobre Bom Jesus – cidade que completa cem anos em 2013.

O volume complementa o painel sobre a cidade serrana, campeã de baixas temperaturas no Estado, com Quando Cai a Neve no Brasil – outra coletânea de crônicas do autor bom-jesuense, editada pela Artes e Ofícios em 2004.

Publicado pela editora Belas-Letras, Bonja estampa na portada uma bela imagem clicada pelo fotógrafo Rafael Dutra Borges.

O lançamento está marcado para o próximo dia 30 – em Bom Jesus, claro.

Confira aqui embaixo um trecho da crônica A Tristeza como uma Bonita Canção:


"Kentucky Babe é aquela canção que você põe a rodar enquanto segue a Rota do Sol e vai tamborilando a mão no volante. E você sabe então que está tudo bem, está tudo Ok, a paisagem corre ao lado.


A canção é aquela que Boo Boo Tannembaum cantarola, a bela mãe do conto de Salinger sobre um menino que se nega a deixar um bote. Boo Boo está vestida de suéter preto de gola virada, bermudas, meias soquetes e mocassins (com aquele rosto eternamente memorável sem ser exatamente bonita) e vai cantarolando enquanto se aproxima do lago. O danado do Salinger era ótimo mesmo para criar esses bons momentos. Bom de descrição e ainda nos dá Kentucky Babe de canja no deslocamento da mulher de 25 anos...

....



E fica mesmo na cabeça enquanto você sai em retirada para Bom Jesus ao longo da Rota do Sol. E você bate então no volante, dá o ritmo tamborilando no volante e segue olhando para o horizonte. E você vê então a primeira casa, tua mãe de criação nas manhãs mais frias, as cercas-vivas tomadas de sol, um alto-falante na torre.


A primeira aula, a primeira namorada, as festas de São João, uma fogueira. A calçada de nós de pinho na praça. As peras em seu tempo, Seu Epaminondas tocando as vacas. E um Zecateca a pedalar por mais de 48 horas, e se dizendo do México, vissem os recortes do jornal.


E muitos outros rostos surgem na estrada e umas casas quase sem cumeeiras porque a fumaça empesta e cobre de um foguetório o próprio ar. Há um exército de Bom Jesus, cada feição, mesmo dos mortos, vestidos, gravatas, uns close-ups pra se guardar. Cada emoção no rosto das jovens e os rostos com vincos, mais velhos, muito aos pares, tudo no tamborilar da mão.


E a Rota do Sol se estende e está tudo bem, é só tristeza, não há nada mais."



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Dica: POR DIZER

Neil Abramson  tem uma maneira peculiar e sofisticada de escrever, um advogado que sabe o que quer dizer e mansagem que vai passar.
Em sua estréia ele já deixou um gosto doce de que muitas coisas boas ainda podem surgir.
No lançamento da Rocco, você pode conferir um pouco mais do talento desse advogado no  mundo da litertura.




Livro:
 POR DIZER
Autor: Neil Abramson 
Tradução:Alyda Sauer
ISBN:978-85-325-2782-0
Páginas:336
Formato : 14x21
Preço : R$ 44,50


Sinopse do Livro 

Tudo que é vivo morre. Não há como impedir. E a dra. Helena Colden quase morta, mas ainda presa a sua vida material, sente isso com intensidade. Ela era veterinária e fazia parte da sua profissão facilitar a morte daqueles seres. Salvava vidas, mas depois às vezes ela as tirava. Naquele momento intermediário e também crucial, ela percebe claramente a dissonância criada pelas suas ações. Em Por dizer, o autor estreante Neil Abramson, também reconhecido advogado especializado em defesa dos animais, constrói uma narrativa inspirada e que toca em temas polêmicos: a espiritualidade e afetividade mantida entre homens e bichos mesmo após a morte e a possível sobrevivência da consciência humana.
Apesar de morta, Helena continua vinculada a todos aqueles que amava. David, seu marido e advogado; seis gatos, a porca, Collete, o casal de cavalos, Alice e Arthur; o labrador Chip, Bernie e um pastor schipperke, chamado Skippy. Atraída pelo leve cheiro de anestésico, álcool, fezes de cães e urina de gato, a consciência de Helena retorna também, por exemplo, para o consultório onde trabalhava com o doutor Joshua Marks. Revê a rotina do médico veterinário, e também observa as assistentes Eve e Beth. Enquanto a primeira a auxilia com um cão, a segunda adentra a porta com um animal atropelado. O contato com os procedimentos cotidianos na clínica mexe com suas emoções. Ela transita pelo local e percebe também Prince, um enorme gato malhado que segue Joshua por todo espaço. Quando o médico resolve retirar a placa de identificação de Helena como médica de lá, o gato mia bem alto para ele.
Logo após a sua morte, Helena recorda fatos marcantes de sua biografia. Uma delas foi o seu envolvimento em experiências de laboratório com animais. Ela e a amiga, a dra. Jane Cassidy, popularmente conhecida como Jotacê, compartilharam uma vivência dolorosa quando se tornaram pesquisadoras e sócias da médica veterinária Renee Vartag, especializada na área de imunologia dos primatas. O trabalho delas envolvia cuidar da cobaia, um chimpanzé-pigmeu chamado Charlie. Enganadas pela médica, que começou a infectar o animal com o vírus da hepatite C para testá-lo, e afeiçoadas a ele, ambas tentaram lutar contra a poderosa autoridade. Tudo em vão. O máximo que conseguiram foi serem demitidas de suas funções e afastadas do contato com o primata.
No seu transe espiritual, Helena reencontra novamente a dra. Jane Cassidy, desta vez conduzindo outro estudo, antes de adoecer gravemente de câncer. Para realizá-lo, Cassidy tem a colaboração de Cindy, a chipanzé que, após quatro anos de trabalho intenso, adquiriu uma habilidade significativa na comunicação com a linguagem humana. No entanto, a pesquisa e também a sobrevivência de Cindy estão ameaçadas. Verbas para este tipo de metodologia que não sacrifica e expõe os animais a processos de violência ainda são malvistas no mundo acadêmico. E Helena, extremamente vinculada a Cindy, seria capaz de interferir neste caminho? Surge alguma esperança para resolver esse impasse quando Jane pensa em David como um possível advogado defensor da causa.
Em Por dizer o autor constrói, utilizando uma linguagem tocante e vinculada à espiritualidade, um rico painel sobre as relações e vínculos estabelecidos em vida, mas que sobrevivem ao tempo e até mesmo à morte. Neil Abramson foca sua atenção principalmente na capacidade humana de transformação. Se tudo morre, tudo muda. Mas o amor e consciência entre homens e animais permanecem.


Fonte: Rocco

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Literatura russa: Uma grande indicação para quem gosta de clássicos

A literatura Russa é uma excelente opção para quem gosta de grandes romances. O país formou alguns dos maiores romancistas e contistas da historia, por isso selecionei algumas obras para você que já conhece como indicação, para você que não conhece como apresentação:




 Lançado originalmente em 1896, Minha Vida,  se destaca na bibliografia de Tchékhov como uma de suas obras mais extensas. O livro narra a história de Missail Póloznev, jovem que troca o conforto familiar pela vida proletária, tema recorrente nas obras dos autores que apareceriam mais tarde na Russia Soviética, porém incomum na obra de Tchékhov.








O outro lançamento da editora 34, Nova antologia do conto russo, faz referência direta a Antologia do conto russo, coleção em oito volumes da editora Lux lançada em 1961 que abriu muitas portas pra literatura russa no país. A Nova antologia tem valor quase histórico no mercado editorial por conter autores inéditos no Brasil, como Nicolai Karamzin, fundador da prosa russa, ou Vsiévolod Gárchin, um dos maiores contistas da Russia do século XIX desconhecido no ocidente. Além destes, encontramos alguns velhos conhecidos: Dostoiévski, Tolstói, Gógol, Tchékhov, Púchkin, Liérmontov e Turguêniev, cobrindo dois séculos de prosa russa de maneira unica.



A Ateliê Editorial lança Teatro Russo - Literatura e Espetáculo, das professoras Elena Vássina e Arlete Cavalieri: "Esta publicação traz um amplo debate sobre os  mais variados aspectos, que  cercam a história e a estética da arte teatral na Rússia. O exame  atento da interação orgânica entre as diferentes linguagens, que conformam o ato teatral, confere aos textos aqui presentes extremo interesse pelo alto grau de inovação investigativa na abordagem de questões cruciais para os estudos do fenômeno do teatro, tais como a arte do ator e a do encenador, a função do diretor, o papel do dramaturgo e do texto literário,  a criação do cenógrafo e do coreógrafo na estruturação do texto cênico."




Depois de surpreendentes 142 anos após o lançamento original da obra, os brasileiros poderão ler pela primeira vez em tradução direta do russo,Guerra e Paz (Война и миръ) de Tolstói (Cosac Naify). Esta edição encerra um capítulo na história editorial brasileira, iniciado há mais ou menos uma década, quando os clássicos da literatura russa foram pouco a pouco recebendo o tratamento merecido das nossas editoras. Rubens Figueiredo, já famoso por traduzir outros clássicos de Tolstói, demorou três anos para traduzir a obra que levou cinco exaustivos anos de pesquisa, escrita e reescrita de Tolstói (e sua esposa, claro). Antes tarde do que nunca.